Saudade

E fui me perdendo, me esquecendo em cada frase solta, em cada palavras ao vento...

Assim com os meus rabiscos, que às vezes mesmo os mais lindos são lidos e esquecidos.

A saudade fez de mim a amante e amada,

do traço do prazer à legítima profundeza da vida,

do licor do desejo a embriagues da satisfação.

Fez de mim poeira e bagunça, revirou meus lixos e sujeiras, sujou-me e lavou-me.

E eu... eu vou me trançando...

me entrelaçando...

num emaranhado de lembranças.

Hoje a saudade de ontem... amanhã a saudade de hoje...

Se o passado valeu a pena? Por favor, saudade, me deixe viver o presente e criar um futuro de lembranças ainda não vividas. Sentir falta apenas de não ter deixado a vida passar sem deixar rastros de saudades.

Saudade permita que hoje eu aceite fazer mudanças em mim, que possa escrever novos rabiscos, criar novas bagunças, me dar prazer e me dizer adeus, mesmo sabendo que não demoras a voltar para me fazer sentir todo novamente...

Aí... aí  é a deixa para você olhar nos meus olhos e dizer: “adeus” e “te vejo mais tarde”.


Larissa Passos
(02/12/2011)